Com todo perdão da palavra, eu sou um mistério pra mim. - Clarice Lispector
Quando fui escovar os dentes pra ir dormir, meu celular tocou e fui atender, era ele de novo.
Só ouvi ele falando que era o Luiz e desliguei.
Fiz minha higiene e colocamos alguns colchões no chão, para podermos dormir.
Ainda estava acordada as 3 horas da manhã, o celular de Pedro tocou, fingi estar dormindo e ele atendeu e como o meu colchão estava ao lado da cama dele, consegui escutar a conversa toda:
- Olá amor.
- Oi Lane.
- Nossa, que oi chocho.
- Lane, é três horas da manhã e tem umas pessoas aqui comigo e ela está aqui.
- ELA? Como assim, ela é mais importante que eu né? - Percebi que nessa hora, ele se aproximou de mim e passou a mão lentamente em meu cabelo.
- Lane, eu sempre disse que eu amava ela, nunca te dei esperanças. Você já deveria saber.
- Eu te odeio Pedro Gabriel.
Não pode ser, calma Luisa, tira esse sorriso idiota do rosto.
- Luisa? - Não pode ser, ele percebeu.
- Oi.
- Vem na sala, preciso conversar com você. - Oh, ferrou.
Fui até a sala e me sentei no sofá, virada pra ele.
- Então, nunca imaginei que falaria isso pra você, a garota mais chata, mandona, boba e linda - eu tremi quando ela disse isso - mas, preciso te contar a verdade. Desde que eu te vi, naquele apê, tão linda e desesperada por mim, eu fiquei louco, muito apaixonado. Mas... Aí você começou a me odiar, então tive que me calar.
- Pedro espera aí, eu nunca te odiei.
- É, mas você não falava comigo, só ficava com o Jefferson, isso me queimava por dentro.
- Ah Pedro, eu e o Jefferson temos uma amizade muito grande, temos sim. Mas, não tem nada a ver - Saí e fui pro quarto, agora eu precisava dormir.
No dia seguinte, aquela cena não saía da minha cabeça. Fui ao banheiro, tomei um bom banho, coloquei um shorts jeans, uma camiseta escrito Believe e uma rasteirinha.
Desci pra tomar café da manhã, mas não consegui nem tocar no meu expresso.
Subi pro quarto e liguei a TV e coloquei na MIX TV e pra piorar minha situação, estava passando Ligação, do NX Zero.
Desliguei a TV antes que começasse a chorar.
Jéssica me chamou por que iriamos pro shopping de Malibu, que é a uns 15 quilômetros da casa de praia do Pedro, assistir filme.
Fui até minha mala e peguei minha roupa.
Jéssica e as meninas subiram e Jéssica, pegou rapidamente sua roupa., o que me deixou surpresa. Giovanna pegou sua roupa e começou a se vestir, enquanto Geovanna colocava sua roupa em cima da cama pra ver se combina. Segundos depois, ela pegou e se vestiu.
Descemos todas juntas e esperamos os meninos descer.
Entremos nos carros e fomos pro cinema.
Os garotos chegaram antes da gente e ficaram nos esperando na fila.
- Eita, demoraram em? - Pedro.
- É que a gasolina acabou - Jéssica.
Iriamos assistir Instrumentos Mortais. Lógico que foi Jefferson que escolheu o filme.
Compramos pipoca, refrigerante e alguns doces e fomos para a sala. Sentamos na última fileira, que era a única que tinha lugar, isso que dá ir na estréia.
É, o filme era realmente fantástico. Depois fomos pra casa, mas no caminho recebi um telefonema.
Era Matheus, chorando.
- Luisa, Luisa, a tia !
- Matheus, o que está acontecendo com a Dany?
- Volta pra Londres, agora.
- OK...
Depois ele desligou e eu fiquei aos prantos.
Depois de muito gaguejar, consegui falar pra todos, que ficaram apavorados. Pegamos nossas malas e voltamos pra Londres.
Quando chegamos em casa, não tinha ninguém em casa, apenas um bilhete na porta: Deixem suas malas aí e vão ao hospital San Magno.
Vichi, o negócio foi feio. Os garotos subiram com nossas malas enquanto arrumávamos o carro. Quando eles desceram, estava chorando muito e fomos direto pro hospital.
Na sala de espera, estava Matheus e Maria, os dois aos prantos. Abracei os dois, assim como os outros faziam.
- Matheus, o que ouve com a tia? - Consegui falar gaguejando;
- Então... Ela sofreu um acidente de carro, caiu no rio e está em coma induzido. - Ele já havia parado de chorar a algum tempo.
- Que? Como assim? - Primeiras palavras de Jeferson, que estava consolando a Jéssica.
Como sou sobrinha da acidentada, assim como Matheus, nós dois conseguimos e fomos ver a Dany. Ela estava acabada, respirando por ajuda de aparelhos, varios machucados na orelha, testa, olho inchado. Me deu medo, comecei a chorar e Matheus me levou a uma pessoa, que só podia ser...
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